Estudante da Uniube Uberlândia foi um dos apresentadores da Parada LGBTQIA+ | Acontece na Uniube

Estudante da Uniube Uberlândia foi um dos apresentadores da Parada LGBTQIA+

27 de junho de 22
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Paola Lage



Do alto do trio, a Drag Queen encantou o público estimado em 12 mil pessoas


Monica Kiss é o nome dela! A nossa Uniuber brilhou em cima do trio da boate Lollah Club na 20ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Uberlândia, no último domingo (26). De vestido curto e azul,   peruca cinza, brincos, maquiagem e sandália salto 15 (combinando em tons de rosa), a aluna do 1º período, do curso de Direito da Uniube Uberlândia, falou sobre diversidade, agradeceu autoridades, apoiadores e distribuiu beijos e acenos para a multidão que acompanhou os dois trios elétricos que animaram o evento. O percurso teve início na Praça Clarimundo Carneiro com destino à Praça Sérgio Pacheco, ambas no centro da cidade.


 "Foi lindo! O público superou as minhas expectativas. Quanta gente! Esse ano viemos com uma vontade, uma garra diferente. Como é bom poder voltar às ruas", comemorou Mônica referindo-se aos últimos dois anos, em que o evento foi realizado de forma virtual, devido à pandemia da covid-19.  "Viemos mais uma vez pedir respeito e reforçar a luta pelos nossos direitos. Precisamos de mais apoio. Este ano, por exemplo, realizamos a Parada em outro formato, só com DJs e passeata. Não conseguimos fazer os shows e eles são fundamentais para mostrar a nossa arte, o nosso trabalho", lamentou.


A passeata também levou às ruas, familiares e pessoas que não pertencem à Comunidade LGBTQIA+, como o vidraceiro, Wigner Leandro Rodrigues e a esposa, Cleidimar Amaral que trouxeram os três filhos: Kauê (7 anos), Samuel (3 anos), Josué de (1 ano) e a sobrinha, Giovana (9 anos). "Eles pediram pra vir e eu trouxe", ressaltou o pai das crianças.  Kauê, o mais velho e a prima seguravam cartazes com as frases: "Não queremos ser diferentes. Queremos ser iguais". "Minha irmã é bissexual. Estou com ela nessa luta por respeito e reconhecimento de direitos", afirmou Cleidimar, referindo-se à jovem estudante, Maria Eduarda Amaral, 16 anos (na foto com as crianças). 


O colorido e a alegria dos trios chamou a atenção dos moradores das imediações. Durante o trajeto, pessoas acenavam e cantavam das janelas dos prédios. Outros dançavam nas sacadas e varandas dos apartamentos.


O evento fez parte da "Semana da Diversidade LGBT+" realizada pelo "Projeto Somos", que atua na defesa de direitos da população LGBTQIAP+ de Uberlândia, por meio da conscientização e da assessoria jurídica gratuita, pela Agência de Eventos Renato Ribeiro e pelo Conselho Popular LGBTQIA+  de Uberlândia em parceria com casas noturnas. A programação contou ainda com: música, teatro, performances, feirinha, palestras sobre direito e saúde e até uma festa junina com quadrilha. 


A trajetória de Mônica Kiss -  Natural de Vazante, município da Região Noroeste de MG, Mônica Kiss, nasceu Diego Martins de Oliveira e, em 2008, quando veio para Uberlândia, nem imaginava que se tornaria uma das drag queens mais conhecidas da cidade. "Quanto menor o lugar, mais difícil a aceitação e também a possibilidade da pessoa assumir que não é heterossexual. Não foi o meu caso, mas muitos se mudam para municípios maiores ou grandes centros, porque nesses lugares encontram abertura para viver como são", ressaltou. Diego tem 32 anos e divide o seu tempo entre os estudos no curso de Direito da Uniube Uberlândia, os trabalhos na Câmara Municipal (onde é assessor parlamentar) e performances em eventos particulares e boates da cidade. Ele faz parte da equipe de Gilvan Masferrer, a segunda vereadora trans a assumir um mandato no Legislativo municipal. E à noite, "montada", Diego/Mônica Kiss, dubla, dança e faz stand up comedy. "Minha rotina é puxada, mas vale a pena!", ressaltou. "Já são 14 anos como drag queen e nunca sofri nenhum tipo de violência física. À noite, quando não estou na Uniube, sempre saio montada. Percebo olhares, mas não passa disso", afirmou, lembrando que anos atrás houve uma onda de ataques à Comunidade LGBTQIA+ na região e que saiu ileso. "Graças a Deus! Agradeço sempre por nunca ter sido agredida. Muitos amigos e pessoas próximas não tiveram a mesma sorte que eu", finalizou.