Saudosas, de Mário Palmério

Por André Coimbra

Nesta época , em que se cria uma das mais justas homenagens históricas ao Prof. Mário Palmério, com a criação de seu memorial, de iniciativa da Uniube (criatura dele, também, junto com o seu filho Marcelo Palmério e família), lembro-me de um caso verídico do professor, tendo ele como protagonista e o Altamiro, (barbeiro dele que continua trabalhando no Salão Dom Fernandes, ali na Vigário Silva), como personagem.

Disse-me o Altamiro que, como de costume, foi à chácara do Prof. Mário Palmério, para fazer a sua barba. Nessas ocasiões o Altamiro escutou muitos "causos" e histórias do professor. Numa dessas "conversa vai conversa vem", uma nota de 50 reais desapareceu da casa do Prof. Mário.

Daí iniciou-se este caso:

– Você viu o dinheiro, Altamiro? indaga o Prof. Mário.

– Eu vi aí no seu colo, estava aí, professor, entre o seu colo e os cachorros, responde Altamiro:

– É... então deve ser isso, "cachorro adora e come dinheiro..." ironizou, o embaixador...

Altamiro se sente acusado:

– Ô, professor, eu agora estou preocupado.. É chato isso de sumir dinheiro, com a gente perto... Como já terminei o serviço, estou indo. Qualquer novidade o senhor me avise, despediu-se Altamiro. E se foi de volta ao salão, chateado com o acontecido e com a sutil desconfiança de Palmério.

Minutos depois, toca o telefone do Salão Dom Fernandes, onde trabalha o Altamiro:

– Altamiro? É Mário Palmério! Achei o dinheiro.

– Ótimo, professor , suspirou aliviado o Altamiro. E o senhor desconfiado de mim...Fiquei chateado com isso...

– Tá bom , Altamiro, passou... tudo bem... ponderou o Prof.

E antes de desligar o telefone, "atirou"

– Êêê, Altamiro, mas você deu uma sorte nessa, hein... ?