Jubileu
Cinqüenta anos depois…
Uniube organiza encontro dos formandos da 6ª turma de Odontologia, de 1955.

Fernanda Castilho
Gisele Barcelos

Foto: Neuza das Graças

Os jubilados visitam a Policlínica Getúlio Vargas

"Quem não tem história não tem nada." É assim que o reitor da Uniube, Marcelo Palmério, define a importância da realização anual do Jubileu de Ouro. Em 2005, o evento reuniu os formandos de 1955 da 6ª turma de Odontologia. Os ex-alunos aproveitaram a comemoração, nos dias 7 e 8 de outubro, para conhecer as novas instalações da Uniube e recordar os velhos tempos de faculdade.

Além da aula da saudade e da visita à policlínica odontológica Getúlio Vargas, a confraternização foi marcada pela homenagem feita a Oto Resende da Cunha com o título de Professor Emérito, entrega de diplomas de Mérito Universitário aos ex-alunos e inauguração de placa comemorativa com nome dos formandos de 1955.

O encontro trouxe pessoas de diversas partes do país. Shiguetosi Nemoto, por exemplo, veio de São Paulo para rever os companheiros de faculdade. A família da esposa de Nemoto é de Uberaba. Por isso, as visitas à cidade são constantes e ele mantém contato com alguns colegas. "Muitos deles se espalharam pelo Brasil afora! Então, vim na esperança de encontrar com eles. Afinal, provavelmente, será o nosso último encontro! É muito difícil que tenha outro depois de 50 anos, a não ser que os cientistas inventem alguma coisa para deixar a gente jovem!", brincou.

Apesar da saudade, o jubilado relutou para comparecer ao Jubileu e precisou de um empurrãozinho da filha e da neta. "Eu não queria ouvir notícias tristes dos colegas. Naturalmente, muitos devem ter morrido e eu preferia guardar a lembrança de todos como estudantes alegres," ressaltou.

Mas o sentimento descrito pela maioria dos convidados foi de pura ansiedade até a confaternização. A família de Hélio Cassiano Chagas testemunhou a euforia dele à espera do grande dia: "Ele ficava planejando o que ia fazer na hora que chamassem ele para receber o diploma", conta a filha Cristiana. Hoje, Hélio mora em Santa Helena de Goiás, no estado de Goiás, a 450 Km de Uberaba. As duas filhas também se formaram em odontologia. Cristiana, a mais nova, estudou na Uniube, como o pai. Emocionado, Hélio conta que a turma organizou outros três encontros por conta própria. Ele compareceu à reunião de 40 anos de formado, mas, mesmo assim, há colegas que não vê desde a formatura, em 16 de dezembro 1955. "Estou esperando para dar um abraço neles", diz com a voz trêmula.

E haja coração para tanta saudade! Ex-aluno e professor aposentado do curso de Odontologia da Uniube, Antônio Edson de Moura Ferreira teve até que tomar, por precaução, comprimido para o coração: "Me emociono fácil e rever os colegas, principalmente aqueles com quem fiz mais amizade, pode fazer o coração dar uma falhadinha". Ele lembra das noites dançantes, organizadas aos sábados e domingos no Uberaba Tênis e no Centro Acadêmico Mário Palmério, e das românticas serenatas. "Naquelas madrugadas de lua bonita, nós gostávamos de fazer serenatas para as namoradas", diz.

Segundo as memórias contadas por Antônio Edson em seu discurso, a universidade em 1955 era "simples, pequena e humilde". Por isso, a surpresa foi grande quando os ex-alunos visitaram o campus aeroporto da Uniube, que começou a funcionar em 1976. "Quando eu me formei era só lá na Guilherme Ferreira", explica o colega Hélio Cassiano.

Mas, segundo a jubilada Ivone Chagas Lopes, são as pessoas que mais mudaram desde 1955. Ela afirma que depois de 50 anos não existem mais grupinhos e intrigas. "Depois de tanto tempo, a gente adquire certa maturidade, tanto profissional quanto pessoal. Então, não é preciso provar nada para ninguém. Por isso, esquecemos que não falávamos com aquela ou aquele. Queremos abraçar e beijar todos. Queremos nos curtir! Esquecemos a idade. Agora, as rugas não têm importância e os cabelos brancos têm charme."

Na solenidade de entrega de diplomas, o secretário municipal da saúde, Alaor Carlos de Oliveira Júnior, destaca a iniciativa da Uniube. "Toda universidade tem dois momentos marcantes: o primeiro, quando assume compromisso com novos alunos e, depois, quando manda os profissionais formados para a sociedade. Mas a Uniube criou um terceiro, que se iguala ou supera os outros dois, em que agradece esses profissionais por tudo que eles souberam construir e por ter honrado o nome universidade", finaliza.

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