Professores de Medicina Veterinária da Uniube desenvolvem projeto em parceria com a Fapemig | Acontece na Uniube

Professores de Medicina Veterinária da Uniube desenvolvem projeto em parceria com a Fapemig

08 de dezembro de 22
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O bioativo granular a base do fungo Purpureocillium lilacinus BIC 0119 (Paecilomyces lilacinum) promove a morte de carrapatos sob o corpo dos bovinos.


Carolina Oliveira


O projeto intitulado "Desenvolvimento de bioativo granular a base do fungo Purpureocillium lilacinus BIC 0119 (Paecilomyces lilacinum) para o controle do Rhipicephalus microplus" foi coordenado pela Profa. Dra. Joely Ferreira Figueiredo Bittar, com a colaboração de professores do mestrado em Sanidade e Produção Animal nos Trópicos: Prof. Dr. Endrigo Gabellini Leonel Alves, Prof. Dr. Eustáquio Resende Bittar, Prof. Dr. Guilherme Costa Venturini, Prof. Dr. Ian Martin, Profa. Dra. Isabel Rodrigues Rosado, além de pesquisadores da EPAMIG e do Centro de pesquisa René Rachou da Fiocruz - BH.


Em junho desse ano, a Biota Innovations Ind. e Com. de Bioprodutos Ltda procurou a Pró-Reitoria de Pesquisa e a Unitecne - Uniube, e solicitou colaboração na validação de um produto a base de um fungo (Purpureocillium lilacinus) que promovia a morte de carrapatos sob o corpo dos bovinos. "A Biota é uma empresa já consolidada na área de produtos biológicos para a agricultura, com participação ativa no mercado. Porém não tem participação efetiva na pecuária, apesar de ter potenciais produtos possíveis para pesquisa e desenvolvimento. Nesse cenário, nos procurou para desenvolver em conjunto um produto que pode revolucionar o controle de parasitas na pecuária brasileira e mundial. E quem pode dar grande contribuição nesse projeto é o curso de graduação em Medicina Veterinária e, principalmente, os pesquisadores do Mestrado em Sanidade e Produção Animal nos Trópicos", explica o Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, André Fernandes.


O projeto foi submetido à apreciação em 18 de agosto, e dia 05 de novembro, a equipe recebeu a notícia da aprovação. O projeto foi classificado em 5º lugar, com o recurso total de R$389.764,00. "De acordo com a Fapemig, foram apresentadas na primeira rodada, 24 propostas, sendo 19 habilitadas para a Etapa 2 (Avalição de Mérito). Nessa etapa, foram aprovadas 17 propostas para contratação, sendo duas indeferidas pelas Câmaras de Avaliação de Projetos Exclusiva. Como o carrapato bovino (Rhipicephalus microplus) impacta negativamente a bovinocultura, seja pelos gastos com produtos químicos, que muitas vezes não controlam adequadamente os ectoparasitas devido à resistência adquirida, seja pela contaminação dos produtos de origem animal e do ambiente pelos seus resíduos, ou mesmo pela transmissão de agentes patogênicos causadores da Tristeza Parasitária Bovina (TPB)", conta a coordenadora do projeto, Profa. Dra. Joely Ferreira Figueiredo Bittar.


Carrapato bovino x Fungo Purpureocillium lilacinus BIC 0119


O carrapato bovino, Rhipicephalus microplus, impacta negativamente a bovinocultura seja pelos gastos com produtos químicos que, muitas vezes não controlam adequadamente os ectoparasitas devido à resistência adquirida, seja pela contaminação dos produtos de origem animal e do ambiente pelos seus resíduos, ou mesmo pela transmissão de agentes patogênicos como Babesia bovis, B. bigemina e Anaplasma marginale. Assim, a busca por biocontroladores utilizando fungos entomopatogênicos é interessante e importante para a bovinocultura. A Startup Biota Innovations isolou o fungo Purpureocillium lilacinus BIC 0119 (Paecilomyces lilacinum) de carrapatos mortos naturalmente no campo e após obtenção dos seus esporos produziu um produto biológico numa formulação de grânulos dispersíveis em água.


"O desenvolvimento desse projeto permitirá comprovar se o produto desenvolvido pela Biota Innovations, utilizando fungo entomopatogênico controlará o carrapato em bovinos naturalmente infestados, de forma segura e eficaz. E assim poder-se-á introduzir no mercado um produto a base de agente microbiológico que favorecerá a redução no uso de moléculas químicas, evitando riscos à saúde dos trabalhadores e dos consumidores finais, além de melhorar a qualidade ambiental", avalia o Prof. Dr. Ian Martin.


Parcerias Uniube


A Universidade conta com inúmeras parcerias em diversos setores de atuação, além de incentivar a pesquisa e inovação, com a Incubadora de Negócios (Unitecne), que apoia ideias da própria Instituição e da comunidade em geral. 


Para o Pró-reitor, a participação de empresas no dia a dia da Universidade é importante para os docentes e alunos. "Essa parceria empresa-academia permite que problemas complexos da sociedade possam ser resolvidos em conjunto com indústrias/empresas de mercado. E também é muito importante essa aproximação para aumentar a empregabilidade dos nossos alunos, pois num projeto como esse, os alunos que participarem da iniciativa, poderão ser, no futuro, contratados pela empresa.  A parceria, principalmente, é relacionada ao apoio técnico e científico dos nossos docentes para que o projeto possa ser desenvolvido. E também disponibilizar nossa infraestrutura para que os objetivos de cada projeto possam ser alcançados", finaliza.