Autor Principal:Carlos Henrique Cavallari Machado
Orientador: Prof. Dr. Mauricio Scoton Igarasi
Data da defesa: 26/11/2015
Resumo:
Capítulo 1: Através dos colonizadores, em 1534 ocorreu a primeira entrada de bovinos no Brasil, esses primeiros animais eram da espécie Bos taurus taurus. Centenas de anos depois, em 1813 entrou pela primeira vez um casal de zebuínos no país, iniciando sucessivas importações. A partir de 1889 as importações com propósitos técnicos foram intensificadas por algumas décadas, porém foram interrompidas em 1921, por problemas sanitários e essa proibição perdura até os dias atuais para animais vivos e sêmen, sendo liberada a importação de embriões. Desde 1889 até 2015, as raças zebuínas brasileiras passaram por pelo menos sete fases ou etapas na sua evolução. Fase 1 – fase da multiplicação dos reprodutores, sem grandes avanços zootécnicos; fase 2 – fase da valorização do mestiço, tendo como seu representante máximo a raça Indubrasil; fase 3 - busca da pureza racial, com extrema valorização do padrão racial; fase 4 - valorização da produção tendo o peso e o tamanho do animal como referência de qualidade e iniciam-se as provas zootécnicas; fase 5 – início das avaliações genéticas no Brasil; fase 6 – avanço da genômica e preocupação com a qualidade da carcaça e fase 7 – busca dos índices econômicos, incluindo a eficiência alimentar dos animais, fato incentivado pela preocupação com a gestão da pecuária. Nas últimas décadas vários programas de melhoramento genético de bovinos foram instalados no Brasil, sendo que para as raças zebuínas três se destacam pelo volume de animais em seus arquivos, são eles: 1) Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRN), realizado pela Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), 2) Geneplus em parceria com a Embrapa e 3) – Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) pertencente à Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
Palavras-chaves: Bos taurus indicus; Bovinos; Nelore; Melhoramento Genético; Zebu.
Capítulo 2: A avaliação da eficiência alimentar e das características de carcaça entre diferentes raças é importante para ganhos em eficiência em sistemas de produção de carne bovina. Este estudo teve como objetivo avaliar o consumo alimentar residual (CAR) e as características de carcaça (área de olho de lombo- AOL; área de olho de lombo por 100 kg de carcaça- AOLC; espessura de gordura subcutânea- EGS; gordura de marmoreio-MAR) de 5 raças zebuínas (Nelore, Brahman, Tabapuã, Sindi e Guzerá). Foram utilizados 52 machos não castrados com idade entre 16 a 18 meses, sendo 18 animais da raça Nelore, 13 da raça Sindi, 7 da raça Tabapuã, 6 da raça Brahman e 8 da raça Guzerá. O período experimental foi de 91 dias, sendo 21 dias de adaptação e 70 dias de avaliações. Os animais foram identificados eletronicamente (chip) e ficaram alojados em currais, contendo cochos e bebedouros com balança eletrônica acoplados (Sistema Intergado), possibilitando o controle individual de consumo da dieta. As pesagens dos animais foram realizadas automaticamente várias vezes ao dia através de balança eletrônica ativada pelos chips localizados nos brincos, colocados na orelha esquerda. Assim, foram calculados o ganho de peso médio diário (GMD), o consumo de matéria seca (CMS) e o CAR. As características de carcaça foram obtidas por imagens de ultrassonografia. Observou-se diferença (p<0,05) para AOL, sendo que a raça Sindi apresentou AOL semelhante (p>0,05) às raças Guzerá e Tabapuã e inferior às raças Nelore e Brahman. Em relação à AOLC a raça Sindi foi superior às demais (p<0,05). Em relação ao GMD, as raças Nelore, Tabapuã e Brahman tiveram os maiores ganhos, 1,971, 1,861 e 1,649 kg/dia, respectivamente. Em relação à eficiência alimentar, o CAR não diferiu entre as raças avaliadas. O melhoramento genético realizado nas raças avaliadas mostrou resultados nas características de carcaça e de desempenho. Contudo, em relação ao CAR, por ser uma característica não avaliada nos programas de melhoramento genético, os animais apresentaram grande variabilidade dentro da mesma raça. Conclui-se que a seleção genética aplicada nas diferentes raças não promoveu melhoria no CAR, mostrando uma característica em potencial para implantação nos programas de melhoramento genético.
Palavras-chave: Bovinos; Carcaça; Eficiência alimentar; Zebu; Seleção
Linha de Pesquisa: Sanidade e Produção Animal nos Trópicos